sexta-feira, 4 de maio de 2012

Esclarecimentos básicos sobre a alta do dólar e a ambição da Presidente Dilma para o crescimento brasileiro em 2012.

Devem ter visto ai pelos noticiários que ultimamente, o governo através do BC tenta controlar o mercado financeiro brasileiro como "nunca antes na história desse país", é um baixa juros aqui, aumento de IOF sobre capitação estrangeira ali, compra de dólares aculá, e por ai vai. O que muitos se perguntam é: O que significa isso?
Bem, vamos lá! Alguns pontos básicos (bem básicos mesmo):

1. O mercado internacional é movimentado com base no dólar, tudo o que se importa ou exporta é negociado em dólar. 


2. Quanto MAIS dólar tenho no mercado, MENOS ele irá valer (inflação do dólar), quanto MENOS tenho, MAIS irá valer (deflação do dólar). 


3. Atualmente a Europa vive sua maior crise financeira desde a Segunda Guerra, junte ai os EUA que por sua vez também sofre com uma alta taxa de desemprego e com o baixo crescimento, tudo isso deu origem a denominada "Crise dos países desenvolvidos". 

Os dois primeiros pontos são apenas para fins didáticos, já o que está gerando caroços no angu brasileiro é o ponto 3, afinal, os nossos maiores compradores estão com "problemas financeiros". E o que ocorre quando seus maiores compradores estão em crise? Obviamente, você venderá menos! Vendendo menos, temos uma desaceleração da produção, afinal, porque produzir na mesma quantidade, se não teremos para quem vender? É ai que a história das taxas "começam" (nesse ano, pelo menos). O governo havia estipulado para 2012 um crescimento do PIB de cerca de 3 a 4%, porém, com a saída dos resultados do primeiro trimestre deste ano, caíram na real  de que esta é uma meta praticamente impossível de se alcançar, e o que antes era um piso (mínimo a ser alcançado), agora passou a ser um teto (máximo), ou seja, segundo as novas previsões o PIB brasileiro crescerá no máximo 3% em 2012.
Mas ai a Dilma pensou: "Ei, isso não vai ficar bem pra mim! Eu prometi maior crescimento! Então, vamos por a mão na massa!". 
E contrariando todas as leis de livre mercado começou primeiramente aumentando o IOF sobre capitações estrangeiras (dinheiro que entra no Brasil) para tentar conter o "tsunami monetário" resultado principalmente das altas taxas de juros pagas no Brasil, que aliadas com a indexação inflacionaria do real (inflação essa bem maior do que a que atingirá o investidor estrangeiro em seu país) e aliado também ao mal momento do mercado internacional gera no mercado brasileiro um cenário bastante rentável e atrativo a estes investidores, puxando rios de moeda estrangeira para o Brasil e jogando o real lá pra cima, então, o aumento do IOF é uma forma de dizer aos investidores: "Parem de jogar dinheiro aqui! Agora vocês vão lucrar um pouco menos!!", o que resulta numa redução da entrada de moeda estrangeira no Brasil, logo, entrando menos capital estrangeiro, lembram da regrinha? (menos dólar, mais ele vale), então, entrando menos dólar, ele valerá mais, logo, o comprador (EUA por exemplo) com uma moeda mais forte conseguirá comprar mais do que com uma moeda fraca, esquentando as exportações brasileiras, vale lembrar também que visando "jogar o dólar pra cima" o BC entra diariamente comprando dólares no mercado para diminuir a quantidade deste disponível. E veja no que essas medidas já resultaram, o dólar que no início do ano estava cotado por volta de R$1,70 já está em patamares não vistos desde Julho/2009, cotado a mais de R$1,92 e marchando rumo a barreira psicológica dos R$2,00 por dólar.
Nesse ano de 2012 também se fala muito em redução das taxas básicas de juros, que por sua vez, visam o mercado interno, mas qual a finalidade da redução dessas taxas? É uma só, em miúdos: METER dinheiro na mão do povo! Facilitação do crédito para fazer o povo comprar, movimentar a Economia, pois com juros mais baixos o brasileiro se encoraja mais facilmente aos empréstimos a sumir de vista, mas quem se importa! Queremos comprar! As filas para empréstimos nas agências da Caixa Econômica em grandes capitais estão enormes devido à redução da taxa básica de juros. O povo pega dinheiro (mesmo sem saber como vai pagar) e depois compra, ajudando a aquecer a economia, uma tentativa do governo de direcionar o que o mercado externo não consegue mais comprar para o mercado interno. Porém, isso gera um aumento do consumismo,e por sua vez, o consumismo exagerado tende a levar ao aumento dos preços, assim, as pessoas precisarão de mais dinheiro para comprar um mesmo produto, por exemplo, uma TV. Por isso o consumismo exagerado não é algo bom para economia, pois empurra a inflação para cima. Mas quem se importa? No momento essa é uma preocupação secundária do governo, o que a Dilma quer para 2012 é cumprir sua promessa de "crescimento" de 3 a 4%, não importa como. E as consequências? Fiquem tranquilos, podem ter certeza de que elas virão, sem dúvidas. Mas por enquanto, isso é um assunto para depois.

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